Candomblé, psicologia de terreiro e construção de rede
Resumo
“Troca de tiros na Rocinha assusta alunos da PUC”: assim dizia a manchete
do jornal O Globo, em 20 de junho desse ano1. A manchete foi
alterada depois de denúncia do conteúdo racista, preferência pelo
ponto de vista da atenção aos universitários e menosprezo pelo desespero
dos moradores da comunidade da Rocinha, nessa da situação.
O desprezo pela população negra no Brasil é flagrante desde a
Abolição, em 1888, quando a preocupação das elites, dos dirigentes
do país e dos intelectuais, era com a construção de uma identidade
nacional pautada pela predominância da civilização branca, a eliminação
do “elemento negro” (MARTINS, 2014), a construção de estratégias
de branqueamento (MUNANGA, 2008), ou genocídio da população
negra (NASCIMENTO, 1980). O colonialismo destrutivo (FERNANDES,
1989) do século XIX e inicio do século XX, quando esse debate se colocava,
ainda vige.