Traços de uma experiência de pesquisa e formação acadêmica: fazer do projeto pensado um agir.
Resumo
Como pensar em experiências de formação universitária, nas quais
se aposta em permitir os gestos ao invés de educar e formar? Como
pensar a não finalidade de um projeto terapêutico nas experiências
de cuidado em saúde, quando este existe a partir de uma finalidade?
Como desviar certas atitudes corporativas na formação profissional,
produzindo experiências em rede? Como destituir o instituído da universidade
de seu funcionamento habitual, desviando suas finalidades
em trajetos inesperados e sempre provisórios, como aqueles em que
docentes e estudantes pensam as questões de saúde, nos próprios territórios
existenciais da população da qual cuidam? Como fazer, como
diz Deligny, “do ‘projeto pensado’ do pesquisador: pesquisar”? Como
desviar o foco do objeto de pesquisa e priorizar as circunstâncias surgidas
a partir do traçado de mapas ou da escrita de Diários de pesquisa?
Como fazer da escrita uma tentativa, que reinventa o território acadêmico?
Eis algumas questões que o trabalho de Fernand Deligny ajuda
a pensar no que se refere à diversidade de experiências presentes no
espaço- tempo de formação.